quinta-feira, 9 de abril de 2009

Fiquei florido, decombinado,
estampado do teu carinho,
da tua cara descorada.
Desenhei meu sorriso
com teu esmalte vermelho.
Criei olhos de botão desbotado:
inocentes olhos de joaninha.
Meu coração virou borboleta
e voou colorido, querida.

Hoje estou liso,
vestido de roupas murchas.
Não passas mais vermelho
porque vermelho mancha.
A joaninha perdeu os olhos de novo,
e ficou definitivamente sem eles:
a linha acabou.
Resta no meu peito preto
a crisálida vazia e esquecida.